Estaremos iniciando nesta quarta-feira, dia 09/03/2011 um dos tempos mais ricos em nossa Igreja: QUARESMA, TEMPO DE CONVERSÃO. Quantas vezes ouvimos estas palavras: tempo de conversão! E é mesmo! Oportunidade de reflexão, quando durante 40 dias meditamos nas Vias Sacras, nas celebrações penitenciais e outros exercícios da piedade popular, sobre a Vida, Paixão e Morte de Jesus, culminando no grande Domingo da Ressurreição: PÁSCOA, VIDA NOVA! O tema da conversão não é novo, já os profetas do Antigo Testamento insistiam:”Volta, Israel, ao Senhor teu Deus, porque foi teu pecado que te fez cair” (Os 14,1), “Voltai a mim de todo o vosso coração”...(Jl 2,12); João Batista, o último profeta, pregava um batismo de conversão, para a remissão dos pecados.No entanto, a morte de Jesus veio dar um sentido novo a nossa conversão, porque “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com nossos sofrimentos... foi castigado por nossos crimes; o castigo que nos salva pesou sobre Ele” (Is 53,4-5). Isso significa que já alcançamos a remissão dos pecados, a salvação. Portanto já não se trata de nos convertermos PARA sermos salvos, mas de nos convertermos PORQUE somos salvos. Assumirmos a salvação que Jesus nos conquistou pela cruz e vivermos verdadeiramente uma vida nova, com a dignidade de filhos de Deus - “E nós o somos de fato” (1 Jo 3,1) - templos do Espírito Santo. É hora, pois, de nos voltarmos a Deus de todo coração e fazermos a opção radical por Ele. É tempo de mudarmos o nosso comportamento, a nossa mentalidade, configurando-nos à imagem com a qual nós fomos criados, “refletindo como um espelho a glória do Senhor”. É tempo de “ir ao deserto” e, intensificando as nossas orações, encontrar o caminho de volta, através de uma confissão consciente e bem feita, pois “um coração arrependido e humilhado Deus não despreza” (Sl 50,19)
Assim, no domingo de Páscoa, poderemos celebrar não só a Ressurreição do Senhor, mas a nossa própria vida nova, pois “todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (2Cor 5,17). Assim seja!
Lêda Montechiari