sexta-feira, 17 de setembro de 2010

E então? Descobriu quem foi são Jerônimo?
Se você ainda não sabe, já pode descobrir. E se você descobriu quem ele foi, pode ver mais detalhes.

São Jerônimo está entre os maiores Doutores da Igreja. Foi escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador e doutor nas Sagradas Escrituras.

Jerônimo nasceu na Dalmácia, hoje Croácia, por volta do ano 340. Tendo herdado dos pais pequena fortuna, aproveitou para realizar sua vocação de amante dos estudos. Para este fim, viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e onde passou a juventude um tanto livre.

Recebeu o batismo do papa Libério, já com 25 anos de idade. Viajando pela Gália, entrou em contato com o monacato ocidental e retirou-se com alguns amigos para Aquiléia, formando uma pequena comunidade religiosa, cuja principal atividade era o estudo da Bíblia e das obras de Teologia.

Jerônimo gostava de opções radicais. Esteve vários anos no deserto da Síria, entregando-se a jejuns e penitências tão rigorosas, que o levaram aos limites da morte. Após algum tempo dirigiu-se a Constantinopla, atraído pela fama oratória de São Gregório de Nazianzo, que lhe abriu o espírito ao amor pela Sagrada Escritura.

Estando em Antioquia da Síria, prestou serviços relevantes ao bispo Paulino, que o quis ordenar sacerdote. No entanto, Jerônimo não sentia vocação à atividade pastoral e quase nunca exerceu o ministério sacerdotal. Tendo que optar entre sua vocação inata de escritor e o chamamento à vida sacerdotal, encontrou uma conciliação entre estes extremos que marcaria o caminho de sua vida: seria um monge, mas um monge para quem o retiro era ocasião para uma dedicação total ao estudo, à reflexão, à disciplina necessária à produção de sua obra, que queria dedicar toda à difusão do cristianismo.

Chamado a Roma pelo Papa Damaso, que o escolheu como secretário particular, recebeu a incumbência de verter a Bíblia para o latim, graças ao conhecimento que tinha desta língua, do grego e do hebraico. O papa desejava uma tradução da Bíblia mais fiel aos textos originais, traduzida e apresentada em latim mais correto, que pudesse servir de texto único e uniforme na liturgia. Pois até aquele tempo existiam traduções populares muito imperfeitas e diversificadas, que criavam confusão.

O trabalho de São Jerônimo começado em Roma durou praticamente toda sua vida. O conjunto de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata"e foi o texto usado largamente nos séculos posteriores, tornando-se oficial com o Concílio de Trento e só cedeu ultimamente às novas traduções, pelo surto de estudos linguístico-exegéticos dos nossos dias. Na tradução, Jerônimo revela agudo senso crítico, amor incontido à Palavra de Deus e riqueza de informações sobre os tempos e lugares relativos à Bíblia.

Em Roma, criou-se em torno de Jerônimo amplo círculo de amizades, sobretudo de maratonas da alta sociedade que o ajudavam com seus recursos para custear seus trabalhos e que lhe orientava nos ásperos caminhos da santidade de cunho monástico.

Desgostado por certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde, vivendo como monge rigidamente penitente, continuou até a morte, seus estudos e trabalhos bíblicos. Faleceu em 30 de setembro de 420, já quase octogenário.

São Jerônimo foi uma personalidade vigorosa, de inteligência extraordinária, de temperamento indomável. Teve uma correspondência literária muito vasta, de grande interesse histórico; ele se sentia presente e engajado como escritor em todos os problemas doutrinários do seu tempo.

Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e o "Dia da Bíblia" foi colocado exatamente no último domingo de setembro, coincidindo com a data de sua morte. Ele deixou escrito: "Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder e a sabedoria de Deus; portanto ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo".